Na metade daquele ano surgia, enfim, o Uno 1.6R com injeção eletrônica multiponto (um bico injetor para cada cilindro). Porém, no início do ano seguinte, foi lançado o mais esportivo de todos os Unos, o Turbo i.e.. Seu motor 1.4 turbinado com 118 cavalos levava o carrinho a 195 km/h. Chamava atenção pela sua exclusiva grade sem frisos e os pára-choques da mesma cor do carro. No outro lado da sociedade, o Mille ganhava uma versão luxuosa com quatro portas, a frente moderna do resto da linha, o novo painel adotado na linha 94 e equipamentos opcionais como vidros elétricos e ar condicionado especialmente preparado para o motor 1.0. Era a chamada versão ELX, ainda com carburador. A injeção eletrônica chegaria em agosto de 95 na versão EP.
Chegou o Palio em 1996 e saíram de cena os Unos mais potentes, incluindo o Turbo. Só restou o Mille, rebatizado de Mille SX. No ano seguinte, Elba e Duna deram lugar a Palio Weekend e Siena respectivamente. A picape Strada enterrou a Fiorino de caçamba aberta em 98. Mas Uno, Furgoneta (lançado em 1991) e Fiorino furgão continuam firmes e fortes até hoje.
Em 1998, o SX se tornou Young e depois EX. Dois anos depois sua frente foi reestilizada pela segunda vez e surge o Mille Smart com volante de quatro braços. Ainda em 2000 chegaria o seu maior concorrente: o Chevrolet Celta. Em 2001, o Smart passa a se chamar Fire por causa do motor homônimo. Mesmo com o lançamento do moderno Doblò, o Fiorino também não entregou os pontos. Quando muitos pensavam que o dia do Uno estava chegando, eis que surgiram os compactos premium como o VW Polo e novos Corsa e Fiesta. A Fiat reposicionou o Palio para o novo segmento. A Volkswagen também entrou na briga nos populares com o Gol City e até com o Fox.
A Fiat ainda viu razão para renovar o Uno mais uma vez e em 2004 lançou uma nova frente de gosto duvidoso. Estendeu a novidade para o Fiorino e a Furgoneta. Para corrigir, alterou mais uma vez a grade com aletas no lugar da chapa cheia de furos na linha 2005. A traseira, que fora mexida pela primeira vez em 20 anos em 2004, com a placa passando para o parachoque e deixando a tampa limpa, permaneceu. Ainda em 2005 ganhou motor bicombustível, que podia ser abastecido tanto com álcool como com gasolina. No ano seguinte, foi lançado o kit Way, com pneus de uso misto, suspensão elevada e parachoques reforçados com muito plástico para enfrentar pisos esburacados.
No ano passado o Uno passou por mais uma alteração na grade. As aletas ficaram mais finas e, com o pacote Celebration, cromadas. O novo emblema da Fiat, em vermelho, substituindo o azul, foi adotado. Com a quinta marcha do câmbio mais longa, novo óleo do motor, modificações na suspensão, pneu de baixa resistência ao rolamento e um indicador de consumo instantâneo no painel chamado econômetro, o Mille ficou cerca de 10% mais econômico e, por isso, ganhou o sobrenome Economy.
O estilo que nunca saiu de moda, o espaço interno, o motor 1.0, o baixo custo de produção e de consumo de combustível garantiram ao Uno uma história de 25 anos. Porém, mesmo com a boa aparência do painel e dos revestimentos em tecido nas portas (acabamento que se tornou raro nos populares de hoje), o método de montagem antigo denuncia que o ciclo de vida do Uno está no limite. Por isso, desta vez já não posso mais dizer que ele tem mais fôlego para mais alguns anos. Uma nova carroceria está a caminho.
Cronologia:
1984 - Inicio produção nas versões S (Super) e CS (Confort Super).
1985 - SX 1.3 (Sport Experimental) / Sedã Prêmio CS (1500 Sevel) e S (1300 Fiasa) / Fim do motor 1.050. / O Uno é eleito o Carro do Ano pela revista Autoesporte
1986 - SX 1.3 sai de linha / Lançamento da perua Elba S e CS
1987 - 1.5R álcool (86 cv) / Prêmio CSL 4 portas 1.6 (Sevel)
1988 - Lançamento da Fiorino 1.5 (82 cv) furgão e picape
1989 - 1.5R gasolina / Prêmio CSL com painel diferenciado.
1990 - 1.6R álcool e gasolina (88 e 84 cv) / Mille (48 cv) sem retrovisor do lado direito, servofreio e encostos de cabeça / Modificação estética, nova frente
1991 - Uno Mille Brio com dupla carburação (54 cv) produzido entre junho e dezembro / Motorização 1.5 substituindo 1.3 / Uno furgão
1992 - Injeção eletrônica opcional nas versões S e CS / Uno CSL 4 portas importado da Argentina / Elba Weekend 1.5
1992/93 - Eletronic - ignição digital substituindo o platinado e opção de quatro portas
1993 - 1.6R MPi / Fim do Uno CSL / Fiorino 1.000 (com frente antiga)
1994 - Mille ELX
e Uno Turbo 1.4 com 118 cv (maio) - 1801 unidades produzidas / Elba TOP 1.6 / Fiorino 1.5 i.e. / Fim do Prêmio nacional
1995 - 1.6 MPi /Pick-up Trekking / Mille EP 1.0 com injeção eletrônica (julho) / Eletronic passa a se chamar i.e. e ganha nova frente. / Fim da Fiorino 1.000. / Prêmio passa a ser importado da Argentina com o nome de Duna.
1996 - Fim dos Uno 1.5, 1.6 e Turbo (abril) / Fim da Duna e da Elba / Mille SX
1997 - SX Young
1998 - Mille EX sem uma luz de ré
2000 - Mille Smart, painel cinza com mostradores brancos
2001 - Mille com motor Fire (55 cv) substituindo o antigo motor Fiasa, retrovisores e coluna de direção do Palio
2004 - Reestilização (fevereiro)
2005 - Motor Fire 1.0 Flex, 65 cv gasolina ou 66 cv álcool (março)
2006 - Kit Way, suspensão elevada em 44 milímetros, molduras nos pára-lamas, revestimento em preto das colunas centrais e vão das rodas pintados de preto (março) / Fiorino e Uno furgão passam a utilizar motor 1.3 Flex de 70 cv a gasolina ou 71 cv com álcool (dezembro)
2007 - Bancos dianteiros com nova espuma, alavanca de câmbio com inibidor de ré, espelho de cortesia do lado do passageiro, alça de segurança dianteira para o passageiro, nova luz de cortesia com comando na porta do motorista e recobrimento total do porta-malas (janeiro)
2007 - Pacote Celebration como opcional oferece direção hidráulica, item inédito para o veículo. O pacote oferece ainda ar-condicionado, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas, vidro traseiro térmico, limpador e lavador do vidro traseiro, apoios de cabeça no banco traseiro, dois alto-falantes dianteiros e dois traseiros antena e bolsa porta-objetos nas portas dianteiras (abril)
2008 - Versões Fire Economy e Way Economy com quinta marcha mais longa, novo óleo do
motor, modificações na suspensão, pneu de baixa resistência ao rolamento e econômetro, um indicador de consumo instantâneo que tornam o veículo cerca de 10% mais econômico em relação à versão anterior (agosto)
2009 - Kit Top de acessórios (abril)